sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

And he did, and he does, and he'll do it again.

Quem falou em carta?
Cansei de falar que isso não te competia. E, aliás, como se eu dedicasse tantos cabelos brancos aos seus olhos azuis.
Nunca vi ninguém falar de amor como você (depois do Mraz, é claro). Mas me pergunto insistentemente se você já amou alguém além de você mesmo.Não venha me falar que você ama a vida e a poesia, elas não respiram. Muito antes pelo contrário, são respiradas.
Duvidei de mim mesma, e talvez ainda duvide, que tenha sido tão querido quanto pensei que fosse. Ainda assim, quis que seus olhos encontrassem os meus naquelas escadarias... que nem aquele dia do sorriso, ou o dia do abraço.


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
...
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
...
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Ausência . Vinícius de Moraes