domingo, 12 de julho de 2009

O último amanhecer

Me apaixonou como um raio e trouxe toda a luz que faltava pro meu caminho. Em algum lugar mais ou menos carioca clama meu nome, meus lábios e meus passos.
Se não fosse tão longe, correria ao teu encontro, não sabia?
Mas a vida engana os trouxas e a paixão vem de mãos dadas com a loucura. É por isso que julgo possível ou julgaria que o fosse, antes de seus últimos suspiros junto às letras.
Inesperado, como sempre. Apareceu assim, numa noite pouco alcoolizada em um lugar qualquer suficientemente longe dos meus problemas. Foi assim também.
Me deu uma das melhores tardes e cedeu-me seus melhores olhares. Desses de lado, tímidos. Meu pesar indica um único desespero: quando é que te encontro denovo?
Ai, seriam perdidos meus clamores mas, de algum jeito, teu coração me escuta.
Por que não te tornas um louco, e visites essa angústia que me cobre o rosto?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O meu repente

Cheios de virilidade. Eram assim que todos costumavam me aparecer. Mal sabiam eles que meus sorrisos vinham dos versos daquele outro. E tão viril, como sempre.
Ah, lembro do gosto do vinil rangendo uma faixa vazia. Tinha seu gosto e seus dedos nisso tudo. Pra variar, chovia. Sempre chovia, já reparou?
Mas enfim, eram vários. A graça foi que desvencilhou-se, enfim, no fim do meu final. Ah, você sabia bem, e qual seria a graça de ter meus abraços e sorrisos só pra ti? E os olhares, depois de tantas lutas pela conquista, o prêmio era o seguinte: ser desejado, e ser o único desejado.
Funcionou por alguns dias, mas as unhas vermelhas não eram um privilégio só teu, muito menos as cartas. Foste de muitas, fui de muitos. O engraçado disso tudo? Estamos no mesmo lugar de antes: nos versos.
Ah,... pelo menos não desassossega mais minh'alma. Deixaste em paz meus sonho, levaste embora meu desespero...