Sinto falta de me entregar pros teus versos. De senti-los me consumindo por dentro e por fora, do seu cheiro apodrecendo meus pudores e de nossa música criando mais uma noite sem fim. Ainda temos a promessa dos amanheceres que vivemos juntos e dos cigarros e viagens que prometemos em algum lugar distante mais ou menos perto de Bruxellas.
Era ótimo pensar que era um lugar comum, esse que escrevíamos, e de repente os beijos de boca sumiram e saíram rolando e escorrendo pelas escadas de um prédio de tijolos qualquer. Sinto falta de me sentir em teus versos com a libido à flor da pele que me obrigava a te ligar de madrugada quando pensava em noites quentes e sempre molhadas.
Quando é que essa saudade de nós acaba? Quando é que o I do teu sobrenome irá parar de assombar meus passos por aqueles corredores.
Você guardou em nós tudo aquilo que o nosso amor prometeu, em gritos sussurrados na alma de um cotidiano remoto. Quando é que tu voltas aparecer por perto, como se brotasse em todos os meus lugares. Sinto saudade do sorriso que acompanhava vagando por lugares comuns e que trazia o incomum para todos o meus momentos.