quarta-feira, 31 de março de 2010

"Sexo é poesia"

Amores e paixões são co-existentes, não necessariamente, simultaneamente e pelo mesmo objeto de desejo.
A paixão incendeia tira o sono e dura o tempo necessário para tornar os detalhes a parte fundamental da memória, e por isso mesmo inesquecível. São os suspiros da madrugada, uma trilha sonora, um dizer particular que ficou prezo na memória como se grude em papel de seda. A paixão tira o sono, o folêgo e a sanidade. É o que faz se deslocar distâncias enormes, e aparecer em qualquer horário inadequado e nos lugares mais inusitados. Uma paixão de verdade não se esquece, mesmo depois que ela para de arder. Todo o desespero silenciado, toda a angustia por mais um alvorecer, todas as gotas de suor frio, tudo passa, mas fica a memória de todos os pormenores, de toda a significância de sua passagem, nada despercebida pela vida de um ser (des)humano qualquer.
O amor é diferente e bem mais difícil, ele suporta muito mais decepções, e por isso mesmo é bem mais judiado que a paixão. O amor se dá, doa e oferece. E nasce de todos os erros do mundo, o primeiro e mais óbvio, é fazer com que exista alguém que possa ser quase tão importante pra você quanto ti mesmo. Depois desse erro, qualquer outro é secundário. O amor é nobre e perdura depois de muito tempo, cresce junto com a admiração e, esta, não termina e guarda lembranças. Essa guarda saudade de uma certa confiança e de segredos tão ímpares que, pra variar, não se valem nas palavras. O amor não precisa de nada mais que simesmo pra existir, mas nem por isso é o melhor dos sentimentos.
A melhor sensação do mundo é o amor apaixonado. Sem limites, sem restrições, pleno e que é capaz de tudo por simples "bons dias" e que guarda tudo aquilo de melhor de cada um, mesmo com o cotidiano.

Me apaixono pelo amor todos os dias e todas as vezes em que me dou ao trabalho de olhar pra ele. Que saudade da sua voz.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Fica pra posteridade

Pra ti ficam só os teus versos, Teus porque lhe pertecem, ou mesmo porque foste tu que os trouxe a tona.
Ficam os meios sorrisos e tudo aquilo que eu não consegui dizer quando tive a chance. Ficam também os perfumes mal usados e as gotas de cabelo que pingariam no seu lençol.
Na verdade, pra ti, fica tudo de intangível que cogitou existir. Fica tudo aquilo que não aconteceu.

E fica a mais sincera jura de paixão que já existiu.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Interrompido

Nasceu com esse formigamento da racionalidade que impele todos os toques e palavras. Ousou divagar por lugares menos razoáveis com estratégias pouco usuais, e tornou-se tão leviano quanto sua razão permitia. Deu uns pinotes de soslaio, enganou a própria sorte e rendeu-se à escrita, em detrimemento de sua oratória.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Mais do mesmo

Deu a volta pelo meio.
Fingi que não senti o seu olhar me acompanhar descer as rampas e escadas. Fiz de tonta, e zelei pela minha integridade social.
Não tardou muito, saiu de seu lugar de segurança e quis saber de minhas passadas. Pensei fugir pr'um lugar qualquer, suficientemente, latino. Mas não me iludo: uma hora a música cessa e a noite engole os sonhos antigos e os pesares pensados num passado.