Amores e paixões são co-existentes, não necessariamente, simultaneamente e pelo mesmo objeto de desejo.
A paixão incendeia tira o sono e dura o tempo necessário para tornar os detalhes a parte fundamental da memória, e por isso mesmo inesquecível. São os suspiros da madrugada, uma trilha sonora, um dizer particular que ficou prezo na memória como se grude em papel de seda. A paixão tira o sono, o folêgo e a sanidade. É o que faz se deslocar distâncias enormes, e aparecer em qualquer horário inadequado e nos lugares mais inusitados. Uma paixão de verdade não se esquece, mesmo depois que ela para de arder. Todo o desespero silenciado, toda a angustia por mais um alvorecer, todas as gotas de suor frio, tudo passa, mas fica a memória de todos os pormenores, de toda a significância de sua passagem, nada despercebida pela vida de um ser (des)humano qualquer.
O amor é diferente e bem mais difícil, ele suporta muito mais decepções, e por isso mesmo é bem mais judiado que a paixão. O amor se dá, doa e oferece. E nasce de todos os erros do mundo, o primeiro e mais óbvio, é fazer com que exista alguém que possa ser quase tão importante pra você quanto ti mesmo. Depois desse erro, qualquer outro é secundário. O amor é nobre e perdura depois de muito tempo, cresce junto com a admiração e, esta, não termina e guarda lembranças. Essa guarda saudade de uma certa confiança e de segredos tão ímpares que, pra variar, não se valem nas palavras. O amor não precisa de nada mais que simesmo pra existir, mas nem por isso é o melhor dos sentimentos.
A melhor sensação do mundo é o amor apaixonado. Sem limites, sem restrições, pleno e que é capaz de tudo por simples "bons dias" e que guarda tudo aquilo de melhor de cada um, mesmo com o cotidiano.
Me apaixono pelo amor todos os dias e todas as vezes em que me dou ao trabalho de olhar pra ele. Que saudade da sua voz.