sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sobre a paz

Me arranca sorrisos de lado.
Esse efeito é tão peculiar.
Esperei teu carro naquela esquina ontem. É uma pena que justo ontem, tenhas desistido.
Há quanto tempo foi aquele tempo?

terça-feira, 23 de junho de 2009

Pro bem

Essa não é mais uma carta de amor
São pensamentos soltos
Traduzidos em palavras
Prá que você possa entender
O que eu também não entendo...
...
Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
...
Agora o que vamos fazer
Eu também não sei
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?

A verdade é que eu já comecei a escrever essa carta incontáveis vezes. Só que ela nunca fe tanto sentido, como faz agora. Todo esse desespero e angústia, essa alma aprisionada enfim, quer me provar alguma coisa. No mínimo que meu orgulho não é tão absurdo assim, e que meu coração enfim, tem uma saída.
Eu já não sei mais quem costumava ser. Prendi-me em algumas crenças inacreditáveis e quando vi, por fim, despencaram meus postulados: já não sabia mais onde pisar.
Amei como ninguém jamais o fez. Isso porque em algum (in)consciente eu sabia que nunca estarias e que nunca te terias comigo. Essa foi a minha maior loucura de amor. Amei sabendo que era nada menos que chama que se apaga mas deixa a fumaça de lembrança.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Prostitutas e amantes

Confesso que depois perdi o prumo. Eu era contra esses momentos em que se paga por sexo. Isso porque acreditava que era inviável gostar de alguém que se vende assim, até o dia que me apaixonei por aquela vagabunda. Sabia que nunca seria digna de meus olhares, presentes e ardores mas suportaria qualquer desfeita por mais uma noite com ela.
Seu vestido rasgado me seduzia quando ela fechava a porta daquele muquifo. Me fazia de homem indiferente, mas a buscava sempre naquele beco. Por vezes cheguei atrasado e ela já tinha se recolhido para outros homens e variados cantos, comôdos. Esses dias eram os mais frustantes.
Queria ceder-lhe minha vida, e arrancar aquela do anel para colocá-la em seu lugar, mas a minha pequenina de olhos mel me impedia de alguma forma. Era uns anos mais nova que meus cabelos quase grisalhos, mas para a profissão era bem mais velha que a média. Não tinha beleza estupenda, mas agradava meu corpo.
Ela não tinha nada de absurdo, mas sentia falta do seu cheiro de cigarro barato, de seu perfume francês falsificado (que havia perdido a validade) e até mesmo do suor seco que delatava suas experiências antes de extraí-la para a cama paga.
De um dia pro outro sumiu, fiquei à míngua e perdi toda a minha dissimulação. Soube meses mais tarde que havia engravidado, e que ninguém sabia do pai. Sabe, acho que aquela noite sem pudores deve tê-la enlouquecido. Ah! Se ela soubesse que eu me entregaria aos seus despudores.
Modou-se, e desde então sou o mesmo medíocre de todos os dias.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sobre mim:

Vêm em pilhas, aos montes.Meus segredos são assim, solenes. Guardam-se, por bem ou por mal nas peculiaridades de cada sorriso. A chave de dizê-los está nos olhos: o sorriso da alma.Guardei so meus sorrisos para a posteridade. Guardei meus sentimentos para os próximos anos. Me guardei o suficiente para desaprender os meus próprios sorrisos.Protegem, assim, meus segredos. Sempre tão íntimos e ínfimos, conseguem dizer-me como ninguém. Sabem como me tirar a sanidade e encontrar em mim a loucura.Ah!... aqueles tantos sorrisos que coleciono pelas ruas. Guardei um diferente um dia desses, era peculiar, não tinha dentes, mas os olhos brilhavam como marfim.Tem gente que coleciona figurinhas, outros mais românticos, papel de carta. Eu coleciono sorrisos, e por isso tenho colecionado almas e essências. Ah, são meus tantos sorriso de soslaio, abertos, tímidos e entregues. Seriam ele tão difíceis de dizer? E as palavras tão plenas que não os conseguem encontrar?Me apaixonei por sorrisos. É, enfim, tempo de contar-lhes sobre os meus segredos...Sejes sorrisos.

domingo, 7 de junho de 2009

Para os anos

Ela nunca mais brincou de roda. Fez das suas tranças um rabo alto e bem apertado, aposentou os vestido soltinho e coloridos, aderiu a moda do salto alto. Os seus todos elásticos já não lhe prendiam mais os cabelos e nem serviam mais pra seus tantos pulos, ela já não usava esmaltes claros e nem suas bolsas de pelúcia.
Tornava-se, enfim, uma mulher que não distinguia mais os sentimentos, havia tempo que perdera sua purpurina de criança. Valia-se de batons vermelhos e maquiagem fortes. Tinha vários sorrisos, todos maliciosos. Sua alma desaprendera, enfim, como sorrir e seus olhos marcavam toda a sensualidade daquela mulher.
Nunca consegui me apaixonar por ela, apesar da magnitude e dos feitios. Ela não tinha aquilo tudo que me era fundamental, por fim, não me seduzia. Tirava-me o sossego e eu perguntava pra onde tinha ido o vendaval de emoções que ele costumava ter. Ah, nunca mais ela foi a mesma.
Quando beirava os vinte anos tinha todos os brilhos e tornava-se, indiscutivelmente, o centro das atenções. Rendeu-se ao trabalho e as obrigações depois daquela noite mal velada. Eu segui minha vida, até rápido demais: encontrei outras, busquei novos motivos e versos, continuei, mas sem nunca perdê-la de vista. Sabe, eu gostava de olhá-la, e por isso que sei que ela foi perdendo as pequenas alegrias e paixões.
Sabe-se lá quando rompeu de vez esses elos todos, mas não acredito que ela tenha se perdido tanto de si mesma. Tão vil, tão mulher, e sempre resplandecente. Mas hoje é sem aquilo que lhe era fundamental: os seus tantos momentos espontâneos que faziam dela a única que me ocupava o pensamento.

terça-feira, 2 de junho de 2009

I don't wanna be the reason why (8)

É assim. A gente põe o salto, o vestido. Se prende como uma marionete nas mãos de alguém que titubeia os próprios passos. Os grande problemas começam junto com a rotação da cabeça. Num misto de todos os movimentos latitudidinais e altitudinais eu já não sei de onde saí.
Enfim, cerra-se os olhos e os cabelos lhe combrem toda a face. Dê umas reviravoltas e mostra teu rosto, teus traços. És tão sensual quanto suas batidas.
Aquela música não lhe sai da cabeça e só se vale de sua cordas, de seus maniPULOS. Está, como ninguém, presa aos seus próprios destinos.
Finge que canta, que dança, que interpreta. Finge que não se importa que não quer. O suor escorre pelo colo e enxarca a blusa de algodão que se vale. Ao fim da ópera, a própria serenata lhe é familiar, não te esqueces dos versos, e se apaixona pelo próprio cheiro, movimento e gosto dos caminhares.
Ele, enfim, lhe é familiar.
Qual era música mesmo? I don't wanna dance zouk anymore?

Sorrow in my soul
'Cause it seems that wrong
Really loves my company
He's more than a man
And this is more than love
The reason that this sky is blue
The clouds are rolling in
Because I'm gone again
And to him I just can't be true
And I know that he knows I'm unfaithful
And it kills him inside
To know that I am happy with some other guy
I can see him dying