sábado, 26 de janeiro de 2008

Em busca do auto-conhecimento

Neologismo

Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo
Teadoro, Teodora.

Manuel Bandeira

Sonhei com esse poema hoje. Sabe, nem sei porque exponho-o aqui, foi um sonho, só um sonho.
Mas fiquei intrigada do por quê desse poema, num recital de poesia de uma criança, cujo rosto nunca vi.
Tratava-se de uma menina, num teatro - possivelmente de uma escola - que vestia um vestidinho rodado, e sapatinho preto de vinil, de boneca. Ela recitava focando o fundo do recinto, onde um menininho com bermudas, suspensórios, uma camisa branca, e sapato preto olhava os olhinhos de jabuticaba dela brilharem, enquanto a boca entornada como um coração balbuciava versos.
Ele de cabelos levemente cacheados, ela de trança; em prol do cacheamento...

Foi um "sonho de época".

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Mas ele crê se quiser...

Pretinha
Faço tudo pelo nosso amor
Faço tudo pelo bem de nosso bem (meu bem)
A saudade é minha dor
Que anda arrasando com meu coração
Não Duvide que um dia
Eu te darei o céu
Meu amor junto com um anel
Pra gente se casar
No cartório ou na igreja
Se você quiser
Se não quiser, tudo bem (meu bem)
Mas tente compreender
Morando em São Gonçalo você sabe como é
Hoje a tarde a ponte engarrafou
E eu fiquei a pé
Tentei ligar pra você
O orelhão da minha rua
Estava escangalhado
Meu cartão tava zerado
Mas você crê se quiser...
SEU JORGE

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Confundi-se a plenitude.

Precisa-se de muito pouco para ser feliz, mas o pouco que se precisa é específico.
Por exemplo, precisa-se de querer a plenitude. Querer apenas, se conseguí-la esquece-se a felicidade.

Sonho com dias melhores e tenho sonhodelos que me assustam, mas não põe medo. Só preciso de converssar com os envolvidos. O difícil é quando eles não são/estão acessíveis.
Sinto a necessidade de falar com pessoas especiais quando elas precisam de falar comigo. Por instantes, julgo-me especial por senti-lo; mas logo entendo que não sou a única, não devo ser, não é possível que eu seja.
Sabe, são sonhos sem nexo que pouco entende-se o que tem a ver com sua vida. Mas o inconsciente não foi feito para ser entendido, se o fosse não chamaria IN-cons-ci-en-te, mas sim cons-ci-en-te. O que me intriga é: se já existe uma ciência comum, racional e massificada que nome se dá pra ciência quase-comum, racional e particular?

Confundo-me.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Desfinalado. Desafinado.

Diz-se que nenhum remendo é melhor que antes de quebrado.
Discuto isso. E ainda, afirmo que toda quebra tem o seu valor.
Sabe, as rupturas e continuidades de fatos ou artefatos se dão com causas, não são de todo despropositais. Bom, eu pelo menos acredito no encaminhamento das coisas.
Pra uns esse encaminhamento recebe o nome de destino. Pra outros fé. Ainda esperança, medo e credulidade. Pra mim faz parte de uma seqüência de fatores que são alteráveis e, como SEMPRE, pressupõem escolhas.
Sabe... Questiono é a falta de credulidade nas possíveis conexões das seqüências. Apesar que, de fato, nunca foi rompida a ligação. Pausas... também precisamos de pausas, tempos, espaços e valsas.
Apesar de que, tempos e espaços podiam ser menores do que me competem agora.