quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
Gary Jules

So don't let the world bring you down
Not everyone here is that fucked up and cold
Remember why you came and while you're alive
Experience the warmth before you grow old
Incubus


And that's almost all, folks!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Inédito.

Muita coisa pra cabeça de qualquer um.
Vem no raciocínio lógico: samba E forró, malas à parte, e dois - pra não falar do terceiro. Ainda tem tooooda aquela história de regras pra lá e pra cá e neguinho procurando chifre em cabeça de cavalo lá em Brasília. Ainda me colocam pra ver uns vídeos cheios de ácido, outros cheios de risos, e uns tantos outros que misturam toda a fotografia dos melhores momentos da minha vida.
Bom, se eu mereço? Sei lá, mas tá no pacote.

Nem me venha com aquele história patética de "Fechada para balanço", enfia o balanço onde você quiser mas desde que esteja aberto. Não pedi promessas e nem as ouvi também. Jurei pra mim mesma que entenderia aquilo que me apresentou e que, mais que isso, seria inerte. Mas não reclames qualquer coisa que faça sentido, isso não te compete.

Por essas e outras que eu não fiz, mas deveria ter feito (?) administração.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Das rules.

A amiga colocou o seguinte imperativo: eram três regras. Nada menos que três.
Dissera que não era difícil de seguir. Eram só três.
Doce ilusão, pragas e pregas do destino que trazer à tona os nomes dum passado distante que teima em aparecer com uma relativa sazonalidade.
Imagino o susto dela quando ouviu os dizeres na referida manhã.
A terceira regra havia sido violada sem dó. Sem o menor escrúpulo, os imperativos da sensorialidade a fizeram esquecer que a maldição que assolava sua vida estava toda dentro de um Baú.
E o que importa agora? Poupe-me, alguma praia no sul me espera.
E eu quero é viver em paz, POR FAVOR.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Fim de dia, pro dia que é noite.

A hora era qualquer uma depois das cinco e antes das seis.O que deu início aos prazeres que se seguiram era o fato de que suas pernas e braços latejavam. Ela dizia que nada mais justo que isso, depois de tanto tempo trabalhando. Tirou, com um cuidado exemplar, o casaco que lhe cobria até o joelho. Tirou o scarpã-envernizado-bico-fino preto que calçava. Ficou com receio de desabotoar a calça na frente da janela. Fechou as cortinas brancas e, enfim, acendeu a luz do quarto.Desabotoou-se. Recostou na cama daquele jeito mesmo e de olhos fechados tateou o tocador de discos. Quase que de repente,um som qualquer rompeu o silêncio velado.Deixou-se ficar por alguns minutos com a cabeça colada no lençol, uma das mão emoldurava o seu rosto, a outra atestava a respiração ofegante que seu peito carregava.Desistiu da posição, levantou-se e deu início ao ritual de troca de personagens que consistia a troca de roupas. Tirou a calça com um certo descuido que ouviu-se o ruído do jeans roçar em sua pele. A bata decotada verde claro que vestia escorreu pescoço abaixo quando ela desatou o nó que a segurava junto à sua nuca.Revelou-se o corpo semi-nu. Só com aquela calcinha branca de algodão.Passeou pela casa, abriu uma garrafa de vinho tinto, que respingou no algodão branco que vestia.A música mudou de tom, e qualquer coisa como uma milonga entrou no corpo daquela mulher. Ela recostou-se, daquele jeito mesmo numa poltrona de couro preta que estava no seu caminho. Pôs a garrafa no chão e adormeceu, tão só como se nunca tivesse passado a noite com seus melhores sonhos.Sobre o fim da troca de roupas... É melhor que ela não transitasse tanto por suas funções, que ela continuasse sendo uma transição e que não se fechasse nas definições.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Poupe-me dos pontos finais.

Ela é assim mesmo. Como se você se importasse.
Por várias vezes ela já escreveu na sua alma o tal memorando que a atormenta. O problema é que: quem disse que ela já voltou a pensar?
"êo, o vento soprou. eô, a folha caiu."

Diz-se por aí que memorandos são usados dentro da organizações para comunicação interna. E eu pergunto, até onde isso é uma organização? Dias nublados são assim mesmo, cheios de questionamentos. Daí vem a dúvida do Bukowski...

3:30 A.M. Conversation

at 3:30 a.m. in the morning
a door opens
and feet come down the hall
moving a body,
and there is a knock
and you put down your beer
and answer.

god damn it, she says,
dont' you ever sleep?

and she walks in
her hair in curlers
and herself in a silk robe
covered with rabbits and birds

and she has brought her own bottle
to which you splendidly add
2 glasses;
her husband, she says, is in Florida
and the sister sends her money and dresses and she has been looking for a job
for 32 days.

you tell her
you are a jockey's agent and a
writer of jazz and love songs,
and after a couple of drinks
she doesn't bother to cover
her legs
with the edge of the robe
that keeps falling away.

they are not bad legs at all,
in fact, very good legs,
and soon your are kissing a
head full of curlers.

and the rabbits are beginning
to wink, and Florida is a long way
away, and she says we are not strangers
really because shes has seem me
in the hall.

and finally
there is very little
to say.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Caso do quase acaso

É claro que ventava.
Pelo vidro do carro ela conseguia ver as árvores da praça balançando no ritmo das batidas do seu coração. Além das árvores, a iluminação pública fazia com que ela só visse a silhueta dos seus traços.
O suor que então lhe escorrera o corpo já estava seco, e agora incorporava os cheiros que criavam aquela atmosfera.
Mas nada poderia ter lhe assustado mais do que aquele beijo, daquele jeito. Ela esperava que algum trato verbal fosse velado antes e qualquer impulso. E teria sido impulso?
Em todo caso, o primeiro beijo a gente não se esquece. Passavam das cinco da manhã e palavras não bastavam pra viver aqueles sorrisos, desejou que o tempo parasse e que não amanhecesse.
Quisera poderem ter acordados juntos. Não por menos, viram o céu amanhecer e, enquanto fechavam os olhos se enganavam por alguns minutos que ainda era noite.
O difícil era conseguir despedir e ela implorava que ele dissesse que a deixava ir. Em vão. O tempo que não parou continuou trazendo luz pro dia. Começavam a transitar pessoas pelas ruas e ouvia-se o murmúrio do vento suspirando que era hora de dormir.
Em todo caso, o primeiro beijo de despedida não se esquece.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Dos outros patamares.

“Sempre que me acontece alguma coisa importante, está ventando”, costumava dizer Ana Terra. Mas, entre todos os dias ventosos de sua vida, um havia que lhe ficara para sempre na memória, pois o que sucedera nele tivera a força de mudar-lhe a sorte por completo. Mas em que dia da semana tinha aquilo acontecido? Em que mês? Em que ano?
Érico Veríssimo

Não era mais, nem nada menos que um sonho.
Nesses dias quentes, por vezes, a nossa consciência nos submete à delírios. Delírios tão quentes quanto o dia. Não que faça muito sentido, mas indiscutivelmente surreal foi aquela história toda.
Algo parecido com aquilo que Veríssimo - o Érico - escreveu sobre o vento e as coxas.

Ao fundo o grito do vento envolvia os cabelos dela e a repiração deles.
Ela fazia uma trança com as pernas e enganava aqueles que pensavam que ela estava louca ou bêbada. Ele cheirava o vento e sentia o cheiro dos cabelos dela chegarem ao seu paladar. E acreditem ou não ele degustava toda aquela cena, com toda a beleza que ela tinha.

Tinha um tanto de sombras e névoa. A melhor parte era a luz amarela que enganava os olhos da lua. Tinha também uma luz vermelha dessas que parecem de motel. E essa luz, meus amigos foi o centro da história.

O sorriso dela em baixo da tal luz vermelha foi capaz de roubar-lhe o controle e a sanidade. Ele pouco se importou se era público. Certeza de que ela queria ele não tinha, e como teria se ela, mistura de anjo e flor, não havia falado ainda? Ele só sabia de seus olhares, e desses ele tinha certeza.

Golpe de sorte. Ele levantou, ela fingiu não ver. Ele caminhou em câmera lenta em direção a ela: o tempo parou, as pessoas pararam de viver, a única coisa que se via eram os dois. Os dois que se sentiam. E os cabelos? Só o vento que não parou. Sentiu-se o cheiro, e ele vinha com aquele ardor de vinho tinto, argentino.
Tudo fazia parte do tango.

O resto foi isso mesmo. Nunca se ouviu tão bela música sem sequer uma nota.

O fato é que nunca foi tão profundo, e vestidos ao avesso à parte.
Conto-lhe, apenas, do beijo que ela lhe deu. É desses que não se escreve: nem poeta e nem mortal.

E sobre o sonho? Permito-me continuar sonhando.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Na tentativa das palavras, mais uma vez.

Na tentativa de terminar os meus sonhos com minhas próprias palavras começo os sentimentos de hoje com as palavras de outro.
Um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade
Raul Seixas
Há muito havia me desencantado com a magia das palavras que dão título à esse recanto de felicidades, e nos desencontros da vida percebe-se alguém (nem tão) novo que traz a tona nada menos que tudo aquilo que diz respeito a quem você se tornou e foi.
Num sonho que se sonha junto muito não se fala. Não se sente pouco.
Num sonho que se sonha junto, a explicação está no próprio inteligível. E não me peça que traga os sentimentos a tona. nem deles eu sei falar mais. Te digo que há muito não sentia o que sinto hoje, e volto a acreditar que meu maior amor sempre foi e sempre vai ser aquilo que eu não sei explicar e aquilo que eu não sei.

Nesse sonho que eu ainda sonho junto diz-se de muitos lugares que são não-lugares, de tempo que é um não-tempo, e de sonhos que são não-sonhos. E a antítese do sonho, que seria se não, a relidade?