sábado, 26 de janeiro de 2008

Em busca do auto-conhecimento

Neologismo

Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo
Teadoro, Teodora.

Manuel Bandeira

Sonhei com esse poema hoje. Sabe, nem sei porque exponho-o aqui, foi um sonho, só um sonho.
Mas fiquei intrigada do por quê desse poema, num recital de poesia de uma criança, cujo rosto nunca vi.
Tratava-se de uma menina, num teatro - possivelmente de uma escola - que vestia um vestidinho rodado, e sapatinho preto de vinil, de boneca. Ela recitava focando o fundo do recinto, onde um menininho com bermudas, suspensórios, uma camisa branca, e sapato preto olhava os olhinhos de jabuticaba dela brilharem, enquanto a boca entornada como um coração balbuciava versos.
Ele de cabelos levemente cacheados, ela de trança; em prol do cacheamento...

Foi um "sonho de época".