Saiu pela porta de vidro. A vi caminhar pela fresta da porta. Tinha qualquer coisa de lúcido naquele caminhar.
Dirigia-se para aquele antro de perdições, e só conseguia pensar: que não mais eram minhas as coxas, o fogo, o suor. Sim, ela suava. Quisera que ela tivesse olhado pra trás...
O vi ali, sentado, divagando em suas complexidades. Quis que desistisse da fresta da porta: abrise-a num pontapé, que entortasse as dobradiças e que enfim rompesse o ruído com seu ímpeto de ardor. Nada feito, me limitei a sair pelas portas. Inexorável. Mas não demorei muito, e voltei a sabê-lo por perto.
Ela sentada por ali com umas tantas converssas e abelhas. Fingi não ver, e sorri. Sorri para a vida, como não? Ela também merece esse sorriso.
O meu pulso acelerou e nada pude fazer para que sentisse seu cheiro, nada mais que ficar atenta ao ventilador. Sim, o senti hoje. Principalmente na alma e no pulso. A trilha sonora eram suas batidas.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
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